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BOLSA: Além da influência externa, a queda do Ibovespa reflete fortemente a preocupação dos investidores com o rumo das contas públicas no Brasil

BOLSA: Além da influência externa, a queda do Ibovespa reflete fortemente a preocupação dos investidores com o rumo das contas públicas no Brasil, afirma o economista-chefe da JF Trust Gestão de Recursos, Eduardo Velho. "As declarações do Pacheco [senador Rodrigo Pacheco, DEM-MG] e do Lira [deputado Arthur Lira, do PP-AL], de que pretendem discutir novas medidas no Congresso, como a volta do auxílio emergencial, volta gerar medo nos mercado quanto ao cumprimento do teto de gastos", afirma. Pacheco segue na disputa da presidência do Senado, enquanto Lira, da Câmara, e ambos têm o apoio do presidente Jair Bolsonaro.

Na opinião de Velho, enquanto a eleição nas duas Casas não for definida, os investidores continuarão incomodados, sem saber o que será feito a respeito da retomada ou não do benefício ou de outros, e ocorrer mais pressão para que o Banco Central retome o processo de alta da Selic. "Tem um foco preponderantemente da percepção de piora fiscal", afirma.

Em meio a esse temor, o investidor local também coloca o pé no freio diante dos alertas vindos do exterior quanto ao ritmo de recuperação econômica. De acordo com Velho, anúncios de novas medidas de restrição social em várias partes do globo, como em regiões da China preocupam, à medida que podem provocar desaceleração. "Pode ser que seja algo pontual, mas óbvio que afeta as bolsas mundiais. Essa ideia de fraqueza da atividade econômica reforça a deterioração dos mercados", completa o economista-chefe da JF Trust.

Às 12h27, o Ibovespa cedia 1,19%, aos 116.920,73 pontos, bem aquém da máxima aos 118.317,52 pontos. Na mínima, marcou 116.108 pontos. O volume financeiro estava em R$ 14,8 bilhões, com projeção de terminar o dia em R$ 50,4 bilhões.