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Carta Mensal JF TRUST – Abril de 2023

03/05/2023

Os Desafios da Política Monetária com Resiliência da Inflação e ritmo da Atividade próximo do Potencial

Os desafios prosseguem para as próximas decisões da taxa de juros no Brasil. Por um lado, temos uma pressão política para reduzir os juros e do outro, uma resiliência da inflação no tocante às projeções. Na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio, avaliamos que não ocorreu alteração relevante no balanço de riscos em relação à analisada da decisão anterior de política monetária.
As medianas das expectativas da inflação (IPCA) ainda não estabilizaram de forma consistente: a de 2023, aumentou de 5,95% para 6,05% e para 2024, de 4,11% para 4,18% e a despeito da revalorização do real verificada em algumas semanas, o prêmio de risco recuou pouco, ainda superior a 200 pontos. Na atividade econômica, a taxa de desemprego na faixa de 8% a 9% é uma taxa próxima da nossa estimativa da taxa natural, apontando que existe sim, uma inflação de demanda líquida.

Reestimamos o grau de persistência inflacionária, como uma proxy da inflação estrutural, e o modelo apurou uma taxa de 4,67%, uma alta ante à taxa de 4,33% estimada e divulgada em 2021. Em outras palavras, excluindo a variância do ciclo econômico e choques eventuais do lado da demanda e/ou da oferta, a inflação brasileira para 2024 por exemplo, teria probabilidade reduzida de situar-se abaixo de 4,67%, portanto, superior ao teto da meta de inflação.

A regra fiscal ainda não foi aprovada no Congresso na elaboração desse documento (final de abril) e ainda não existem garantias automáticas de contingenciamento e penalidades ao descumprimento das metas do resultado primário fiscal.

O déficit público tem piorado nos últimos resultados mensais e tem um viés expansionista se não for coberto pela arrecadação, com as correções do salário-mínimo pela inflação adicionado à variação do Produto Interno Bruto de dois anos anteriores e da tabela do Imposto de Renda. Em suma, com o lado fiscal expansionista, o Banco Central não deve se comprometer com redução da taxa básica de juros na próxima decisão de política monetária em junho. É mais provável que a curva futura mantenha a taxa Selic em 13,75% como probabilidade mais elevada ao longo de maio.

Em suma, com base nas medidas recentes implementadas, nosso cenário fiscal foi reforçado, ou seja, qualquer necessidade de ajuste passará pela receita. Cortes e/ou eficiência de gastos não serão prioridades no curto prazo. Na virada de abril para maio, o governo resolveu tributar as aplicações no exterior ...

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