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Carta Mensal JF TRUST – Janeiro de 2023

02/02/2023

Bacen reafirma autonomia de ajuste dos juros face à deterioração na margem da inflação para 2024. Exterior beneficia moedas Emergentes

Iniciamos fevereiro e o nosso cenário não apresenta alteração relevante: a inflação esperada pelo mercado deve continuar subindo de forma gradual, tanto para 2023 como para 2024, incorporando os últimos resultados dos índices de preços mas também a perspectiva uma componente inflacionária externa advinda da recuperação da economia chinesa, que suaviza o cenário doméstico com revalorização das moedas emergentes, como o real.

A mediana das expectativas da inflação (IPCA) de 2023, divulgada na última semana de janeiro, apontou deterioração de 5,31% há quatro semanas atrás para 5,74%, enquanto para 2024, de 3,65% para 3,94%. Nossas estimativas econométricas apontam taxas mais elevadas, sendo que para 2023, a taxa de 6,12% seria o piso atual da nossa projeção e não o cenário referencial. Desta forma é racional, uma rigidez do mercado de precificar alguma elevação da taxa básica de juros em 2023 captada no mercado futuro do DI. De acordo com nosso modelo para o cenário referencial anterior, em janeiro, projetava um IPCA de 6,34%, mas hoje, a nova previsão aponta uma probabilidade elevada de superar 7% !!!

Alguns podem argumentar que o horizonte relevante para as decisões da política monetária seria 2024, e por isso, não seria preocupante esse aumento da taxa do IPCA de 2023. De fato, na ótica da inflação de 2023, a resposta natural esperada na função reação do Bacen seria o aumento do nível dos juros até unas 15% no final de 2022

Entretanto, além da parcela em torno de 30% dos preços indexados à dinâmica do IPCA passado, nossa previsão já capta aumento da persistência inflacionária para 2024. Por isso, avaliamos que é racional que o mercado já precifique um IPCA de 4% para 2024, mas, ressaltamos que essa taxa estaria ao redor do limite inferior da nossa projeção referencial.

Na carta anterior, havíamos estimado que o impulso da demanda pelo lado fiscal (das contas públicas) em 2023 seria de 3,7 pontos percentuais do PIB quase 4 p.p.) em relação ao resultado de 2022. Não é surpresa que o último comunicado de política monetária, o Bacen alertou que (i) “...suas diversas medidas de inflação subjacente seguem acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”; (ii) as expectativas de inflação se distanciando da meta em horizontes mais longos e (iii) incerteza com o arcabouço fiscal (qual a nova meta e será crível?) e os estímulos fiscais.

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