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Carta Mensal JF TRUST – Março de 2022

04/04/2022

Inflação ainda não estabilizou , mas efeitos positivos do canal das Commodities e dos Termos de Troca nos Ativos no Brasil
O balanço de riscos ainda não é favorável para a inflação brasileira, mas o diferencial de juros e a perspectiva de aumento do superávit das contas externas brasileiras permitem apontar que as expectativas de alta dos preços no mercado de renda variável no Brasil tornaram-se atrativas comparativamente ao contexto no final do ano passado. Entretanto, reiteramos que o risco de reversão desse movimento segue condicionado ao impacto do aperto monetários nos EUA sobre a dívida corporativa e os preços dos ativos, considerando que a atual polarização do cenário político no Brasil já carrega implicitamente o contexto conhecido da política econômica de cada candidato presidencial.

O Federal Reserve necessita mostrar uma ação mais enérgica para reduzir a inflação, com aceleração do ritmo da alta da taxa de juros do fed fund de 25 para 50 pontos na decisão da política monetária de maio. Entretanto, devemos ressaltar que historicamente, o ciclo do aperto monetário gera um impacto não desprezível sobre os preços dos ativos e a atividade econômica. De fato, basta lembrar os períodos da correção da bolha de tecnologia dos anos 2000, da crise de queda dos preços no mercado imobiliário, que culminou na crise financeira internacional de 2008 ou da contração do mercado acionário em 2018.

O mercado internacional encontra-se dividido, com analistas ainda negando a necessidade de um aperto rápido e expressivo da taxa de juros do fed fund para estabilizar a inflação e outros, no qual faço parte, sugerindo que o aperto monetário somente em 2022 já atinja níveis de até 3%, portanto, superior às estimativas da taxa neutra de juros. No final de março, o mercado precificava uma probabilidade de 73,3% de elevação da taxa de juros de 50 pontos base para 0,75%-1.0% na decisão de política monetária de maio, e considerando o cenário de maior probabilidade a taxa de juros atingiria 3% no final deste ano.

É possível que parte do mercado não tenha convivido com um processo inflacionário dessa magnitude, sinalizando que ainda acreditam que a desaceleração esperada da atividade econômica dos EUA consiga reduzir as taxas de inflação. Avaliamos que nesse caso, o processo da convergência para uma inflação mais baixa e junto à meta, será mais lento. Um Federal Reserve “mais hawkish” beneficiará a redução da inflação implícita e o aumento dos juros reais, o que pode se tornar uma oportunidade também de realocação do portfólio para os investidores de juros.

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