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Carta Mensal JF TRUST – Março de 2024

05/04/2024

A deterioração nas curvas de juros e dólar aponta também para o ritmo da desaceleração dos preços e as perdas fiscais no Congresso.

O balanço de riscos piorou tanto no exterior, como na economia brasileira em relação à carta mensal passada, o que não dá alívio e sim, maior volatilidade nas curvas do dólar e dos contratos futuros de juros. O desempenho do ingresso externo de recursos tem sido frustrante, ressaltando a saída de mais de R$ 20 bilhões da Bolsa B3 no primeiro trimestre. O Bacen está correto em não se comprometer com o ritmo de queda da taxa de juros nas próximas reuniões, e além disso, elevamos a probabilidade de que as votações nas decisões da taxa básica de juros partir de junho não sejam unânimes. Isso deve gerar volatilidade adicional no mercado de juros. Nessa mesma linha, são fatores que corroboram nossa previsão econométrica de um piso informal do câmbio, cuja estimativa tem oscilado na vizinhança de R$ 4,80-4,85/US$.

O governo mostra muita resistência de contingenciar e do lado da receita, alguns projetos relevantes terão dificuldade de aprovação no Congresso, como por exemplo, a tentativa de reoneração dos municípios. De fato, o governo teve uma derrota política relevante, quando o Senado derrubou a Medida Provisória 1.202, que elevava a contribuição previdenciária dos municípios, o que seria uma perda de arrecadação de R$ 9,7 bilhões e apontando articulação política fraca do governo com o Legislativo.

A Ministra do Planejamento também dá incerteza quando afirma “que as metas fiscais, inclusive a de 2025, dependem da arrecadação” No tocante às reformas, a Tributária agora é que vai começar, onde serão definidas as alíquotas do CBS do IBS, a repartição do bolo fiscal entre os entes federativos etc.

Avaliamos que o governo terá que admitir um déficit primário fiscal superior à -0,1% do PIB até junho e consideramos provável que o Bacen revise sua projeção de inflação atual do IPCA um pouco superior à 3,6% no final de junho.

A expectativa de desaceleração sazonal da inflação de serviços no cenário do Bacen pode não se confirmar, pois os condicionantes de crédito e da massa salarial vão na direção oposta. “Mirando” 2025, os núcleos, indicadores de tendência, apontam taxas superiores à meta central faz tempo. Dessa forma, vale a pena o Bacen sustentar o ritmo de queda dos juros mais pronunciado com a previsão do IPCA de 2025-2026 acima da meta central?

O questionamento no mercado e também do Bacen é constatar se efetivamente a desaceleração do IPCA é consistente para a trajetória de metas. Por isso, vamos focar na inflação de serviços, da subjacente e no grau de disseminação dos reajustes dos preços (índice de difusão).

É fato que a sazonalidade sempre gera (e gerou novamente) uma inflação alta em fevereiro, puxada por alimentos (in natura, domicílio) e educação. Por isso, a desaceleração do IPCA em março não será surpresa. Do lado dos preços do atacado (IPA) , a dinâmica dos preços das commodities ou em queda ou com alta moderada têm beneficiado um movimento benigno dos Índices Gerais dos Preços (IGPs).

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