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Carta Mensal JF TRUST–Janeiro de 2024

06/02/2024 - JF Trust

Os ajustes de posições de investidores nas curvas de renda fixa e variável foram significativos em janeiro e tendem a seguir o padrão em fevereiro, caso não se tenham novidades no front fiscal e inflacionário no Brasil. O otimismo exacerbado do mercado financeiro internacional no final do ano passado com a perspectiva da intensidade de corte dos juros nos Estados Unidos em 2024 tem sido ajustada e convergindo para a prudência do Federal Reserve.

A geração de empregos pelo payroll foi robusta em 353 mil postos em janeiro, e com a revisão para cima dos dados de novembro e dezembro, apontaram uma criação média de mais de 250 mil no trimestre móvel. As preocupações com algum impacto inflacionário residem também no ritmo dos ganhos salariais, que tem crescido, em média, entre 4,0% e 4,5% a.a. contra uma taxa desejável de 3%.

O otimismo de uma parcela do mercado brasileiro com o viés de valorização esperada do real foi adiado mais uma vez, pois, com a manutenção da taxa de juros do fed fund de 5,25-5,5% a.a. por mais tempo significará menor diferencial de juros de atração de capitais. Nossas últimas cartas apontavam essa resiliência da economia norte-americano e a desconfiança com a sustentabilidade de valorização do real no contexto de incertezas fiscais no Brasil.

No tocante à atividade econômica, os sinais do impacto da transmissão da política monetária mais apertada entre 2021 e meados de 2023 e a retirada da contribuição expressiva do PIB agrícola do primeiro semestre do ano passado corroboram a desaceleração da nossa previsão da taxa real do PIB Brasil de uma vizinhança de 3% em 2023 para 1,67% em 2024. Os números do investimento ainda são fracos, mas constatamos resiliência em segmentos de alimentação e serviços mais correlacionados com o consumo das famílias, o que ainda dá probabilidade para nossa previsão teto do modelo do PIB de 1,84%.

Não há mudança relevante no cenário da inflação em relação à carta anterior. As expectativas de inflação seguem desencoradas da trajetória de metas, com mediana atual do mercado de 3,5% contra uma meta central de 3,0%. No segundo semestre do ano passado, nossas estimativas econométricas da persistência inflacionária apontavam taxas 4,3% a 4,67%. O impacto do El Nino sobre os preços agrícolas ainda pode ser mais intenso do que o mercado está precificando, e com tudo isso, não há espaço para acelerar o corte dos juros no segundo trimestre deste ano.

Os preços dos alimentos seguem em ciclo de alta no IPCA, além de existir incerteza em relação à devolução esperada da inflação desse segmento no segundo trimestre. Nesse primeiro trimestre, temos pressão da reoneração do ICMS e dos alimentos in-natura, além de outros componentes sazonais como educação. Nossa previsão do IPCA de 2024 de 4,18% está um pouco acima da atual mediana do mercado de 3,8%. De qualquer forma, O Bacen não deve interromper o recuo da taxa nominal de juros , pois ainda prossegue em terreno contracionista.

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