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Cenário Macro & Mercados - 17 de setembro de 2021

17/09/2021

MERCADOS: Um viés negativo do mercado acionário com intervenções regulatórias e de venda de petróleo na China e nos EUA, com sinais de investigação sobre preço de carnes e tributação sobre o setor tecnológico. Para o Ibovespa, inferior à 115 mil pontos, o aumento do IOF significa viés negativo com aumento da carga tributária e menor atividade de crédito e margem mais apertada do governo.

EXTERIOR: Avaliamos que a recuperação da confiança do consumidor nos EUA não anulou perdas recentes e ainda não repercute positivamente no mercado de renda variável. Impacto neutro nos mercados doa contas externas e da inflação de agosto (3%) na Zona do Euro, com alta do dólar mais predominante no exterior.

ATIVIDADE: O Monitor do PIB dessazonalizado cresceu 0,6% em julho ante junho. A alta de quase 10% do consumo das famílias no trimestre móvel capta a recuperação dos serviços mais intensa, sendo que estimamos +0,34% para o PIB oficial no III trimestre.

DÓLAR: Avaliamos que a medida do IOF tende a dar maior “tração de alta” do dólar, superior à R$ 5,26/US$ com alta gradual da Selic , juro básico menor no final do ciclo e a fragilidade fiscal do financiamento do Bolsa Família. Bacen pode intervir na semana, mas por enquanto, apenas rolagem integral do swap cambial.

JUROS: Estimamos alta dos juros futuros do DI com o “embróglio” fiscal, mas a alta do IOF reforça o cenário do Bacen de alta gradual de 1 p.p. da taxa básica de juros. Bacen deve ratificar alta para 8,25% até o final deste ano, mas avaliamos que o juro terá que aumentar uma taxa de 9% ou 9,5% no final do ciclo do aperto no I semestre de 2022, para que o nosso IPCA estimado de 4,54% não caminhe para romper 5% em 2022.

Avaliamos que o aumento do IOF sobre as operações de crédito aumenta a probabilidade da manutenção do ritmo de alta da Selic em 1 p.p. para 6,25% no Copom de setembro e também nas reuniões seguintes. A arrecadação gerada estimada para cobrir parte do Auxílio-Brasil é positiva em princípio, mas na prática, a perspectiva de menor crescimento econômico em 2022 ante os parâmetros oficiais do governo, não garante a receita plena nas projeções. Outro fato negativo é que a solução dos precatórios ainda se prolonga e a arrecadação esperada no projeto de taxação dos dividendos no Senado para financiar o programa social também não é garantia de aprovação.

A medida do IOF tende a dar maior “tração de alta” do dólar, superior à R$ 5,26 alta com alta gradual da Selic e juro básico potencial menor no final do ciclo. Dependendo da intensidade e do rompimento do nível de R$ 5,30/US$, não se pode descartar uma intervenção na venda do dólar pelo Bacen na semana.

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