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Inflação mensal deve ter desaceleração moderada e gradual, diz JF Trust

25/06/2021 - Valor Econômico

Por Lucianne Carneiro

O economista-chefe da gestora de recursos JF Trust, Eduardo Velho, afirma que a tendência é de desaceleração moderada e gradual da inflação mensal daqui para a frente. O resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) de junho, com alta de 0,83%, quase o dobro dos 0,44% de maio, reflete ainda efeitos passados, como a alta das commodities e do dólar, segundo ele.

“Os núcleos da inflação estão elevados, mas a dinâmica reflete a alta dos preços de commodities mais intensa do primeiro trimestre e também a alta do dólar. A tendência é de desaceleração moderada e gradual da taxa mensal a partir de agora com a desvalorização cambial e a desaceleração das commodities. Estatisticamente, o resultado em 12 meses vai continuar elevado, mas vamos ver essa desaceleração mensal”, diz o economista.

Ele classifica o momento atual como uma grande “reviravolta na inflação”, com o início desse comportamento mais moderado dos preços no resultado mensal. Sua projeção é que já no resultado fechado de junho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 0,70%, abaixo do observado no IPCA-15. Em julho, o indicador oficial da inflação deve ser de 0,43%. Sua estimativa para o IPCA-15 de julho, por sua vez, é de 0,47%.

Por enquanto, no entanto, ele vê permanência da pressão dos preços de bens industriais, que têm sido afetados pelo choque de oferta provocado pela pandemia e também pela valorização das commodities metálicas. Muitas empresas, afirma o economista da JF, comprimiram alta de custos e isso ainda será repassado aos preços.

Na sua avaliação, a aceleração nos preços de alimentos em casa no IPCA-15 – cuja alta passou de 0,43% em maio para 1,08% em junho – está mais ligada ao repasse de aumento de custo dos empresários – com alta de energia elétrica e de combustível, pressionando frete – que com demanda. A inflação de serviços ficou em 0,30% pelo IPCA-15 de junho, chegando a 2,1% no resultado acumulado em 12 meses. Em maio, o indicador tinha registrado deflação de 0,37%.

“Esse comportamento da inflação de serviços é um bom indicador de que não há pressão de demanda no IPCA-15 de junho. Uma inflação de serviços de 2,1% em 12 meses com uma inflação cheia na faixa dos 8% é bem baixa. Essa alta na margem da alimentação fora de casa tem mais a ver com repasse de custo de preços administrados”, diz o economista.





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