Os desafios do crescimento econômico: entrevista com Eduardo Velho e Fabio Giambiagi, economistas.
09/09/2021
O descompasso institucional da relação dos três poderes da República no Brasil é o sinal mais forte e mais desafiador para a recuperação econômica do país no pós-pandemia.
A afirmação é dos economistas Fabio Giambiagi, pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas – FGV/Ibre – e Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust Gestora de Recursos.
Ambos viveram a experiência administrativa em órgãos de governo e bancos de fomento e acumulam várias histórias de crises econômicas passadas e de solavancos em tentativas de retomada da economia e da vida do país.
Em que pese o fator pandemia e sua imensa crise sanitária, jamais vista em proporção e amplitude, que paralisou a economia global, e o turbulento histórico econômico brasileiro em si, o descompasso nas relações entre os três poderes, que eles chegam a chamar de crise institucional, é o nó a ser desatado, visto que tem gerado, além do barulho político, o aumento das incertezas e da tensão no mercado. E que tem travado justamente a concertação política para a aprovação de projetos de lei, reformas estruturais e derrubado, por decurso de prazo, medidas provisórias que, quando lançadas têm valor de lei, aumentando a insegurança jurídica.
O debate ainda avalia a conjuntura da economia nacional sob pressões inflacionárias, fiscais, de juros, do câmbio, assim como resultados positivos como a Balança Comercial e índices de expectativa que se mantêm positivos, além das influências internacionais sobre o mercado brasileiro.
O deputado Ulysses Guimarães costumava dizer que, para tudo, existe “Sua Excelência, o fato”, não se podendo ignorá-lo. O ex-ministro Delfim Netto, que o empresário tem “instinto animal para investir”, bastando uma mera oportunidade. Um ditado popular, que costuma decidir eleições para além dos prognósticos e pesquisas, diz “É a economia, estúpido”. Por fim, no Brasil, temos há muito tempo o que podemos chamar de demanda reprimida por dar certo, tamanho o desejo e a necessidade de avançarmos como nação. O que prevalecerá neste momento em particular?
Este debate sobre os desafios para o crescimento da economia brasileira versa sobre tudo isso, com números e conceitos. E sob o debate eleitoral da eleição presidencial de 2022 que não esperou nem a pandemia terminar para estar na rua.
#PensandooBrasil